Fracionar para depois recompor, a possibilidade de criar um trabalho único, criativo, me encantou desde o primeiro momento que resolvi fazer mosaico. O mosaico lembra minha formação de origem, microbiologista. Trabalhei muitos anos no microscópio examinando tecidos celulares. O mosaico também pode ser considerado um tecido, a construção de uma superfície colorida composta de muitos fragmentos de materiais diversos. Cada célula do mosaico se chama tessela, os caquinhos.
As inúmeras criações que podemos construir a partir de uma pequena unidade. Esta unidade saiu de um todo que foi fragmentado e voltou para o universo de outro jeito, único. Agora cada tessela fará parte de um novo conjunto de unidades, numa inusitada combinação entre cores e formas. Será reconstruída uma nova realidade expressa na criação de um mosaico.
O mosaico permite uma criação ilimitada, ele é rico em possibilidades de escolha de materiais, onde quase não há restrições. Numerosos tipos de corte e de colocação das tesselas resultam num infinito de resultados.
O que valorizo também no mosaico é sua gama de finalidades. Além de possuir valor artístico, ele pode ser funcional, revestindo paredes, pisos e objetos, interna ou externamente.
Minha formação é autodidata. Iniciei esta caminhada no mosaico em 1999. Para mim, o mosaico se tornou um atrativo e um desafio. Buscava sempre um maior aprimoramento da técnica que desenvolvia com o meu trabalho. Uma peça de mosaico tanto pode ser considerada um artesanato quanto uma peça de arte, dependendo da qualidade da técnica e do acabamento na sua execução. O conhecimento que construí me levou ao desejo de multiplicar, foi o momento em que resolvi criar um curso de mosaico. O prazer que sinto é muito grande, de acompanhar o crescimento do aluno e incentivá-lo à ousadia da criação.
“Se passo a passo se faz o caminho, de tessela em tessela se faz o mosaico”
(Joaquim-Manuel Chavarria Climent)
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Iara Sclovsky
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