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História do Mosaico

A palavra mosaico, de origem grega, significa “obra paciente, digna das musas”. Na mitologia grega, as musas eram deusas protetoras das artes e das ciências. “Obra paciente” porque seu processo de transformação requer muita calma, habilidade manual e concentração e “digna das musas” porque se trata de um produto de rara beleza, elaborado com materiais que atravessam os séculos, despertando o sentido de eternidade que remete ao divino.


O mosaico é uma arte muito antiga, originada no Oriente. Não há consenso quanto à data exata em que esta arte surgiu. Em 3000 A.C., os Caldeus construíram paredes de templos e santuários, decoradas com um curioso mosaico de cores muito vivas, formado de centenas de milhares de cones de argila com a base pintada de preto, vermelho ou amarelo, formando um efeito estranho e fascinante.


As primeiras experiências de mosaicos pavimentando pisos foram encontradas em Pella, na Macedônia, e datam de VI A.C. Nesses pavimentos foram usados seixos rolados em cores pretas e brancas, criando imagens de formas geométricas. Entre o final do século V e IV A.C. iniciou-se o uso de pedras coloridas, ao mesmo tempo em que surgiram as primeiras representações de figuras humanas e animais. Estas novas formas de representação puderam ser muito melhor desenvolvidas no fim do século I A.C., quando se iniciou o corte de pedras em cubos, o que permitiu uma maior possibilidade de detalhamento dessas figuras.


Os complicados desenhos para assoalhos desenvolvidos no Oriente foram amplamente copiados e difundidos em cidades como Pompéia e utilizados pelos Romanos nos séculos seguintes. Nesta época, tesselas de vidro começaram a ser usadas, o que possibilitou o aumento de cores disponíveis aos artistas.


Com a conquista da Grécia pelos Romanos, estes assimilaram os mosaicos gregos e os aperfeiçoaram. Com a expansão deste Império, o mosaico foi difundido pelo mundo, auxiliado pelas trocas comerciais e pela religião. Com o intercâmbio entre os povos, os artesãos trocavam informações e aprimoravam sua técnica. Mais acessível entre a elite, o mosaico espalhou-se por toda a Europa e também no norte da África, representando cenas da vida quotidiana que foram e são muito importantes para a História pesquisar costumes e comportamentos de cada época.


Em cada cultura o mosaico teve o seu lugar e a sua função. Na Roma Antiga, era muito freqüente na decoração de casas de banho e residências de pessoas ricas e influentes, principalmente em cômodos destinados a receber e divertir visitantes, representando cenas que refletiam a riqueza de seus proprietários. Os mosaicos bizantinos tratam quase exclusivamente do tema religião, e foram usados como decoração para exaltar a glória de Deus e também para explicar e ilustrar passagens da Bíblia. Este estilo foi desenvolvido em Veneza e atingiu sua plenitude em Constantinopla.


O mosaico então passou a não só limitar-se à pavimentação e passou a recobrir quase todas as superfícies das igrejas, como paredes, tetos e abóbodas, com tesselas de ouro e smalti, um vidro especial que refletia a luz, em diferentes cores. Com a introdução dessas novas tesselas, os mosaicos passaram a ser muito mais caros.


Com a transferência da sede do Império Romano do Oriente em 402 D.C. para Ravena, no nordeste da Itália, iniciou-se a construção de inúmeros mosaicos em mausoléus, capelas, basílicas e igrejas, que continuam lá, enchendo os olhos dos seus visitantes.


Entre os séculos V e XII obras monumentais em mosaico foram produzidas. As equipes eram compostas por muitos artistas que dividiam funções: um artista idealizava, inicialmente, o que iria ser feito e criava os motivos, depois o desenhista criava o desenho sobre a superfície que receberia a obra, os tesseleiros cortavam as tesselas da maneira como seriam necessárias e por último os calceteiros as aplicavam, finalizando a obra. A Igreja de Santa Sofia, em Istambul, que na época era a maior igreja cristã do Oriente, teve sua cúpula e teto recobertos por um mosaico composto por cerca de 150.000.000 (cento e cinqüenta milhões) tesselas de ouro: uma das maiores obras musivas já executadas. O peso do material vítreo foi estimado em mais de mil toneladas. Hoje, a Igreja de Santa Sofia foi convertida em museu e ainda contém muitos dos mosaicos originais que revestiam suas paredes, teto e cúpula, que datam do século IX ao XII.


Paralelamente à disseminação do mosaico pelos romanos na região do Mediterrâneo em paredes, tetos e abóbodas, os povos Pré-Colombianos desenvolviam técnicas semelhantes no Peru e no México. A diferença é que essas culturas utilizavam tesselas muito finas de turquesa e coral para desenvolver máscaras, jóias e pequenos objetos.


O mosaico islâmico sofre grande influência do mosaico bizantino, embora possua suas características próprias. Uma de suas principais peculiaridades é a ausência da representação da figura humana, proibição religiosa que se aplica a qualquer tipo de representação artística islâmica. Com essa limitação, os mosaicistas islâmicos prestavam mais atenção na forma abstrata, criando composições geométricas inspiradas em vegetais e elegantes formas caligráficas. Desde seu ápice até o hoje, os mosaicos islâmicos não se inovaram, conservando as mesmas tradições artísticas de estilo e aparência.


Com a idade Média, o mosaico sofreu um declínio considerável, como a maioria das formas de expressão artística. Ao retornar, no Renascimento, teve de incorporar o estilo realista de representações, tentando criar imagens muito próximas do real. Por ser extremamente difícil de se criar uma imagem em mosaico próxima do real, a técnica se tornou caríssima e menos popular. Só em meados do século XV, quando grandes quantidades de smalti foram produzidas em Murado, é que novos trabalhos foram criados na Basílica de São Marcos, em Veneza. Nos trabalhos da Basílica de São Pedro, no século XVI, o mosaico renascentista atingiu o seu apogeu, reproduzindo fielmente pinturas de grandes mestres – “La vera pittura per l’eternitá” (a verdadeira pintura para a eternidade) – como se dizia na época.


No século XIX, o mosaico ressurge com novas propostas graças à técnica indireta, que possibilita ao artista produzir o mosaico em seu estúdio e posteriormente transportar a peça ao local contratado. Isso tornou o trabalho muito mais rápido e econômico e, portanto, atrativo e popular. Em 1852, a Imperatriz Tereza Cristina, esposa de D. Pedro II, utilizou conchas e cacos de porcelana da Casa Imperial para revestir fontes, bancos e paredes do Jardim das Princesas, no palácio da Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. Esta técnica foi, mais tarde, utilizada por outros mosaicistas, como Antoní Gaudií e Raymond Isidore, sendo este último conhecido pela sua técnica que foi batizada de Picassette, uma contração de Picasso e assiete ou de pique-assiette, que em francês significa louça.


Com o movimento modernista no século XX e a introdução de imagens abstratas e formas estilizadas, o mosaico recebeu inovação. O arquiteto Antoní Gaudií (1852 – 1926) tem trabalhos de destaque em Barcelona, onde revestiu com mosaicos prédios, bancos de jardins e telhados. Seu trabalho no Parque Güell obteve um resultado fascinante. Sua técnica inovadora abriu caminhos que foram seguidos por muitos outros artistas, como Klint (1862–1918), Chagal e Kokoschka, que desenharam mosaicos que se propõem arrojados e inéditos.


Durante e após as Grandes Guerras, o arte do mosaico foi bastante negligenciada, mas em 1950 a arquitetura valeu-se de suas técnicas para revestir paredes de piscinas, prédios inteiros e paredes em geral, com motivos monótonos e pouco criativos.


No Brasil, encontramos mosaicos em igrejas, residências, monumentos, locais públicos e privados. Boa parte desses trabalhos foi criada por artistas europeus. Mesmo assim, existiram e existem vários mosaicistas brasileiros de grande importância: Rodrigo de Haro, destacado artista catarinense, realizou para a Igreja de Santa Catarina de Alexandria, em Florianópolis, um painel em mosaico que é uma das principais expressões artísticas da cidade, além de painel que orna as paredes e a entrada da reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina. Di Cavalcanti realizou, entre outros trabalhos importantes, o mosaico da fachada do Teatro Cultura Artística, sua maior obra, com 48 metros de largura por 8 metros de altura. Outros artistas brasileiros que desenolveram mosaicos admiráveis são Cândido Portinari, Tomie Ohtake, entre outros.

Ao ouvir a canção “Garota de Ipanema”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, uma das músicas mais gravadas no mundo, quase todos se lembram da imagem das calçadas em mosaico ondulado de Copacabana, sem dúvida o mosaico mais fotografado e visto no mundo.


 

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